quinta-feira, 30 de julho de 2009

Esta nota (não exatamente assim, eu recortei só a parte do Cineclube) saiu ontem (29.07.2009), no Jornal Notisul. O colunista deu uma força na divulgação. Agradecemos.

(pena que corre risco de já estar desatualizada... Espero que as atividades realmente continuem no Museu e que realmente tenhamos apoio do Município...)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

MOSTRA JODOROWSKI NO SESC

Fiquei sabendo hoje que o SESC – Unidade de Tubarão trará, no próximo mês, a Mostra Jodorowsky, que, como o próprio nome diz, exibirá títulos importantes do cinema de Alejandro Jodorowsky. Como cinéfila (e agora cineclubista) prestigiarei a Mostra e espero que muitos façam o mesmo, já que não é todo dia que acontece algo assim aqui na cidade.
Como posso me considerar ao menos uma “iniciada” no cinema deste diretor (assisti à “Montanha Sagrada” de 1973), senti-me na incumbência de escrever algo sobre, até porque, para entender o cinema de Jodorowsky, é preciso entender um pouco a "personagem" dele.
Alejandro Jodorowsky nasceu no Chile, em 1929, descendente de judeus ucranianos (diz a lenda que o avô do cineasta, fugido da Ucrânia, chegou no Chile após atravessar os Andes em uma mula, acompanhado tão somente de sua Torá – só isso já daria um bom roteiro). Além do Chile, o cineasta morou um bom tempo no México (onde realizou seus filmes mais relevantes) e também na França, onde está até hoje oferecendo suas sessões de Tarô. Tarô? Bem, faltou dizer que além de cineasta, Jadorowski é autor, ator e produtor de cinema e teatro, escritor, filósofo, humorista, espiritualista, quadrinista e... tarólogo.
Com todas essas referências, dá para entender porque os filmes de Jodorowsky são cheios de simbolismo místico (folclórico e religioso), lingüístico, metáforas, política e doideira-de-chá-de-cogumelo. As críticas sobre o cineasta se dividem basicamente entre os que o classificam como gênio e os que o definem como um charlatão. Eu penso que ele é um grande debochado.
Mas sua obra cinematográfica é, para dizer o mínimo, indefinível (a Montanha Sagrada foi o filme mais estranho que já vi na vida) e só por isso, já vale a pena conhecer.

MOSTRA JODOROWSKI, de 24 a 28 de agosto (transferido para setembro), no
SESC Tubarão.

domingo, 26 de julho de 2009

Fotografias de uma tarde ensolarada de inverno, em uma cidadezinha não muito longe daqui...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Média

De tanto querer tudo, quase nada possuía.
De tanto não ter, do pouco que tinha não conseguia se desvencilhar.

(março de 2009)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

E por si...

Chegando em casa, depois do trabalho, abriu a porta e deu apenas um passo para dentro do apartamento antes de despejar os livros e os papéis e voltar para a rua. Não tinha gosto em ficar naquele lugar. O mesmo cheiro. A mesma falta de tudo.Sentia simplesmente um vazio a qual já se habituara, após as dezoito horas, a preencher andando de um lado para o outro nas ruas sujas do centro.Havia um mês que chovia, e a cidade exalava cheiro de mofo.Não suportava mais sair com o maldito guarda-chuva.O cinza tomava conta da paisagem há tempo demais. Não existia mais nada de sublime naquela cor insípida.Na noite anterior um resquício de lua cheia foi visto no céu. Ela sorriu... Mas no dia seguinte, as mesmas nuvens.“Deprimente” pensava.
Não conseguia fazer nada além disso... Andar até que seus pés não agüentassem mais e sua cabeça fosse ocupada por coisas mais amenas que a repulsa pelo mundo...
(novembro de 2008)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Melhores estes 10 Mandamentos...

1. Não tenhas certeza absoluta de nada.
2. Não consideres que valha a pena proceder escondendo evidências, pois as evidências inevitavelmente virão à luz.
3. Nunca tentes desencorajar o pensamento, pois com certeza tu terás sucesso.
4. Quando encontrares oposição, mesmo que seja de teu cônjuge ou de tuas crianças, esforça-te para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, pois uma vitória dependente da autoridade é irreal e ilusória.
5. Não tenhas respeito pela autoridade dos outros, pois há sempre autoridades contrárias a serem achadas.
6. Não uses o poder para suprimir opiniões que consideres perniciosas, pois as opiniões irão suprimir-te.
7. Não tenhas medo de possuir opiniões excêntricas, pois todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.
8. Encontres mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, pois, se valorizas a inteligência como deverias, o primeiro será um acordo mais profundo que a segunda.
9. Sê escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentares escondê-la.
10. Não tenhas inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

("A Liberal Decalogue", extraído de The Autobiography of Bertrand Russell, Vol. 3: 1944-1969, pp. 71-72.)

domingo, 12 de julho de 2009


Se falaste do arco-íris
É porque não viste as estrelas.
Tantas que não se podia ver o negro céu.
Belas como nunca mais as tinha podido ver.
E elas ainda estão lá,
Caso ainda queiras as ter.
(janeiro de 2009)

sábado, 11 de julho de 2009

"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 10 de julho de 2009

TIC_TAC


Lia o texto com tédio. Não contava mais tempo, contava páginas. Quantas ainda faltavam para o final. Tudo era uma maldita obrigação. Naquele mar de palavras, poucas faziam sentido naqueles dias. Tudo aborrecia.Empanturrava de doces os pensamentos (há) muito amargos. Preenchia o estômago, não preenchia a alma.“Estou engordando”.Tecia um esboço do que lera. Resumos de livros técnicos. Preparava-se para um exame que nunca chegava. Detestava esperar, e, no entanto era só o que fazia.“Que maçante!”...Contava os níqueis... Precisava de um café, e não tinha nada parecido com isso na despensa. Aliás, pouco tinha na despensa.Nada na televisão. Ficaria contente em assistir qualquer coisa sobre animais. Sobre macacos, quem sabe. Mas isso é coisa de tv a cabo. E isso ela não tem.Na verdade, televisão também não era lá algo que muito agradava. Mas dava ilusão de movimento e barulho naquela casa vazia.Alguns filmes enlatados. Um programa de vendas de jóias em um canal religioso. Telas com relógio e listras verticais nas cores do arco-íris.Liga o som, mas não quer incomodar os vizinhos. Ouve baixo o Pink Floyd de um Roger Waters que gritava...Pegou o livro do Nietzsche. Aquele que teve que abandonar por causa dos outros estudos... Não poderia haver nada mais aconchegante naquela noite vazia.
(novembro de 2008)

CASA PARA UM NÃO TEM CANTO PRA DOIS ou NÃO SE QUER FICAR SOZINHO; NÃO SE QUER FICAR ALI...

Sabe canto? Ficar num canto, quieto? Pois é... Não tem. Não tem canto pra um. O melhor canto é ir pra rua. Ou ir pra casa. Isso quando quem tá na casa que se faz casa pra dois tem casa. Casa. Lá sim. Lá tem um, dois, três...Um sem número de cantos pra um. Pra um. Sozinho. Que fica bem sozinho quando descobre que passa o motivo de se querer um canto pra um, quando se descobre que o canto é sem graça de mais quando não é uma casa de pra dois. Então sai... É. O melhor canto é a rua. Não é a melhor casa - embora já tenha servido de casa - mas agora é o melhor canto. E quando se vê já são duas casas com vários cantos pra um sem seus dentro de casa. Os dois estão fora... Na mesma calçada.
(dezembro de 2006)

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Decidi voltar a ter um blog, mas descobri que o meu antigo havia sido excluído, não restando nem o domínio para eu aproveitar... Sendo assim, aproveitei para mudar algumas coisas...
Então este blog nada mais é que uma versão restaurada, atualizada, revista e ampliada (e espero que mais utilizada) do finado www.devaneiosnecessarios.blogspot.com.